Mulher de meia-idade com sinais visíveis de flacidez tissular e muscular no rosto, destacando a região da mandíbula e da boca.

Seu rosto mudou? Pode ser flacidez facial. Veja os sinais e como cuidar da pele

A flacidez facial costuma aparecer de forma discreta: o contorno muda, a pele parece mais solta e a expressão já não transmite o mesmo viço. Isso pode acontecer aos poucos ou de forma mais rápida. Embora a flacidez seja mais comum a partir dos 40, fatores como genética, exposição solar, alimentação pobre em proteínas e estilo de vida aceleram esse processo. Por isso, não é raro perceber sinais mais cedo, especialmente em quem passou por emagrecimento rápido ou convive com estresse crônico.

 

O que é flacidez facial?

Quando falamos em flacidez facial, estamos nos referindo à redução da sustentação tanto da pele quanto dos músculos da face. Essa alteração pode acontecer em duas camadas diferentes:

  • Flacidez tissular, que é a perda da firmeza da pele em si. O tecido fica mais fino, menos elástico e com menor capacidade de regeneração. Ela já não responde como antes. No teste do pinçamento, aquele leve beliscão na pele, dá para perceber que ela demora mais a descer quando soltamos, ficando alguns segundos mais levantada.
  • Flacidez muscular, que afeta os músculos da face. Quando eles perdem tônus, o rosto perde sustentação. Um sinal clássico é a chamada boca de marionete: aquelas linhas que descem dos cantos da boca em direção ao queixo, deixando a expressão com aparência mais cansada ou caída.

As duas formas de flacidez podem se manifestar juntas, e por isso é tão importante saber diferenciar os sinais. Isso ajuda a escolher os cuidados e tratamentos certos para cada caso.

 

Hábitos que agravam a flacidez facial

Alguns comportamentos do dia a dia aceleram a flacidez facial sem que a gente perceba:

Postura com o rosto inclinado
Ficar horas olhando para o celular ou notebook contribui para a tração descendente dos tecidos. Quando passamos muito tempo com o rosto para baixo, a gravidade faz seu trabalho: puxa os tecidos, altera a drenagem e com o tempo contribui para a perda de sustentação da musculatura e da pele.

Dormir sempre de lado
A pressão constante do travesseiro comprime a face e altera a tração dos tecidos, o que, com o tempo, favorece assimetrias e reforça sulcos gravitacionais.

Emagrecimento rápido ou dietas sem proteína
Quando o rosto perde gordura de forma brusca e sem reposição proteica adequada, a pele não tem tempo de se adaptar e tende a ceder. Isso é comum após dietas muito restritivas ou cirurgia bariátrica.

Estresse crônico
O excesso de cortisol (hormônio liberado em situações de estresse) compromete a síntese de colágeno e favorece processos inflamatórios que aceleram o envelhecimento cutâneo.

 

Cuidados diários para amenizar a flacidez facial

Flacidez não se trata com mágica. Mas os cuidados constantes fazem diferença, principalmente se começarem antes dos sinais se intensificarem.

  • Limpeza suave: produtos agressivos removem a barreira protetora da pele e podem agravar a desidratação, o que deixa a pele com aspecto ainda mais flácido.
  • Hidratação eficiente: a pele precisa estar bem hidratada para manter sua elasticidade. Ativos como ácido hialurônico e niacinamida são ótimos aliados.
  • Proteção solar: mesmo quando o céu está encoberto ou durante longos períodos em ambientes internos, o uso diário de protetor solar continua essencial.
  • Sono reparador: um sono de qualidade influencia diretamente na saúde da pele, já que é nesse período que o organismo regula hormônios essenciais para a regeneração celular. A privação constante favorece o envelhecimento precoce.
  • Alimentação rica em proteínas e antioxidantes: a proteína é fundamental para a estrutura da pele, e os antioxidantes ajudam a combater os radicais livres que aceleram o envelhecimento. Se tiver curiosidade sobre a ação dos antioxidantes na pele e na saúde, tem um conteúdo aqui no blog que explica isso de forma clara: Antioxidantes: benefícios para a saúde.

 

Exercícios faciais ajudam na flacidez?

Sim, mas com ressalvas. Os exercícios faciais ajudam a fortalecer a musculatura da face, melhorando o tônus e a circulação local. No entanto, eles devem ser feitos com orientação de um profissional especializado, pois movimentos mal executados podem intensificar rugas de expressão ou causar assimetrias.

Para quem apresenta flacidez muscular leve ou moderada, pode ser um bom recurso complementar.

 

Tratamentos estéticos indicados para flacidez facial

Hoje existem várias tecnologias com resultados consistentes, principalmente quando são aplicadas com critério. Os principais incluem:

  • Radiofrequência, que aquece as camadas da pele e desencadeia a produção de colágeno, sendo indicada para melhorar o tônus e a firmeza.
  • Microagulhamento, que estimula a renovação da pele e fortalece sua estrutura, sendo uma excelente estratégia em protocolos combinados.
  • Fios de PDO, que sustentam, reposicionam e estimulam colágeno ao longo dos meses.
  • Ultrassom microfocado, que penetra em camadas mais profundas da pele e da musculatura, promovendo reorganização dos tecidos. Dispositivos mais recentes, como o Ultraformer MPT, oferecem ajustes automáticos para maior precisão.
  • Bioestimuladores injetáveis, como o ácido poli-L-lático e o Ellansé, com efeito progressivo.
  • Microcorrentes e eletroestimulação, terapias que agem diretamente na musculatura facial, ajudando a recuperar o tônus e melhorar o contorno.
  • Toxina botulínica (botox), que não trata diretamente a flacidez, mas previne rugas dinâmicas que, com o tempo, contribuem para o aspecto flácido da face.

A avaliação profissional é essencial para escolher a combinação mais indicada para cada tipo de flacidez e fase da vida.

 

Máscaras e fitas adesivas ajudam na flacidez facial?

Tanto as máscaras de sustentação quanto as fitas adesivas são usadas com o objetivo de prevenir o deslocamento dos tecidos durante o sono ou ao longo do dia. Algumas pessoas utilizam esparadrapos ou micropore para “segurar” determinadas regiões da face. Outras preferem cintas faciais que pressionam a pele como uma faixa de apoio.

Apesar da popularidade, ainda não há comprovação científica de que esses métodos tenham impacto real na flacidez facial. Podem ser úteis como suporte postural ou para evitar compressões, mas não substituem cuidados diários ou tratamentos com respaldo técnico.

 

Antes de pensar em firmeza, pense em hidratação

Em alguns casos, a pele está tão desidratada que o ressecamento acentua o aspecto flácido. Por isso, vale observar se a falta de hidratação não está reforçando a queixa.

Se quiser entender melhor os sinais da pele ressecada, recomendo a leitura do artigo Pele desidratada, aqui no blog.

 

Angela Heringer, esteticista, pós-graduada em tricologia, práticas integrativas e em aromaterapia.

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