Matoterapia, hortoterapia e plantoterapia: já ouviu falar?
Você já deve ter visto nas redes sociais vídeos de pessoas em meio à natureza como florestas, hortas, jardins ou trilhas. A cena é encantadora: paisagens de tirar o fôlego, música instrumental suave, som de passarinhos e títulos como matoterapia, hortoterapia ou plantoterapia. O foco dessas postagens costuma ser o relaxamento, o contato com o verde, o bem-estar emocional.
Mas isso me fez pensar: será que essas práticas, além de aliviar a mente, podem também refletir na pele e nos cabelos, mesmo que de forma indireta?
Ninguém fala sobre isso nos vídeos. Mas quando a gente entende o quanto o emocional influencia na estética, essa pergunta começa a fazer sentido. E talvez você se surpreenda com o quanto esse tipo de cuidado pode transformar muito mais do que parece.
O que é matoterapia, hortoterapia e plantoterapia?
A matoterapia, hortoterapia e plantoterapia são práticas ligadas ao contato com a natureza. Podem envolver caminhar em trilhas, cuidar de plantas, fazer jardinagem, visitar hortos ou simplesmente estar presente em ambientes naturais. Não são terapias formalmente reconhecidas como tratamentos médicos, mas fazem parte de uma abordagem integrativa de bem-estar.
Em geral, a proposta é promover relaxamento, conexão com o presente e alívio do estresse. Só isso já seria um ótimo motivo para colocá-las na rotina. Mas existe um efeito que vai além do que os olhos veem.
O emocional influencia a pele e o cabelo?
Com certeza. E isso tem base científica. Quando estamos sob estresse constante, o corpo ativa o eixo HPA (hipotálamo-hipófise-adrenal), liberando altos níveis de cortisol, o chamado “hormônio do estresse”. O excesso de cortisol pode:
- Desregular o ciclo capilar, levando à queda de cabelo
- Aumentar a oleosidade e piorar acne ou dermatites
- Comprometer a barreira cutânea e acelerar o envelhecimento da pele
- Interferir na qualidade do sono e da recuperação celular
Estudos já demonstraram que o estresse crônico interfere diretamente na pele e nos cabelos, especialmente quando há aumento sustentado de cortisol.
Ou seja, a saúde emocional impacta diretamente na estética, especialmente no couro cabeludo e na pele do rosto. E aqui entra o valor dessas práticas naturais.
Meu relato com a matoterapia
Eu, por exemplo, convivo com um quadro de ansiedade extrema. Em alguns momentos, os sintomas são tão intensos que chegam a simular problemas de saúde mais graves, mesmo sem uma causa clínica. Por isso, sigo acompanhamento médico e terapêutico, mas também busco práticas complementares que me ajudem no dia a dia.
E foi assim que cuidar das plantas virou uma aliada poderosa na minha rotina. Podar, regar, observar o crescimento… até visitar hortos, mesmo sem comprar nada, virou um momento só meu. Me desconecto das preocupações, respiro melhor, durmo melhor. E o reflexo vem: pele mais viçosa, cabelo mais equilibrado, menos queda e mais brilho no olhar.
Isso não substitui tratamento médico, mas como profissional formada também em práticas integrativas e complementares em saúde, eu vejo o quanto elas podem somar. A matoterapia é um exemplo simples e acessível disso. E quando a gente se permite viver experiências agradáveis e tranquilas, o corpo responde. A ansiedade abaixa, o sono melhora e os hormônios voltam ao equilíbrio. E o resultado disso aparece também por fora.
Matoterapia ajuda mesmo ou é só moda?
Não, não é só moda. Embora não substituam tratamentos estéticos ou médicos, práticas como matoterapia e hortoterapia complementam o cuidado com a saúde emocional, que por sua vez interfere em todo o restante.
Estudos mostram que atividades prazerosas ao ar livre ajudam a reduzir o cortisol e a aumentar a produção de dopamina e serotonina, substâncias ligadas ao bem-estar, ao humor e até à autoestima.
Se você trabalha com estética, talvez já tenha notado como clientes mais tranquilas, com menor nível de ansiedade, respondem melhor aos tratamentos. E se você está aqui como leitora, buscando se sentir melhor, saiba que esse tipo de contato com o verde pode ser um ótimo começo. Não resolve tudo, mas ajuda, e muito.
Conclusão: a estética que começa por dentro
Da próxima vez que ouvir falar em matoterapia, hortoterapia ou plantoterapia, não pense só numa moda passageira. Pense como uma oportunidade de respirar, de cuidar da sua saúde emocional e de deixar que isso reflita, pouco a pouco, na sua pele, no seu cabelo e na forma como você se enxerga.
A estética integrativa é isso: enxergar beleza em todos os níveis e cuidar de cada um deles com carinho.
Você já experimentou alguma dessas práticas ou sente que a natureza te ajuda a manter o equilíbrio emocional? Compartilha aqui nos comentários, vou adorar saber!
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Angela Heringer, esteticista, pós-graduada em tricologia, práticas integrativas e em aromaterapia.
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