Mulher jovem com melasma no rosto olhando para o lado, sob luz suave, representando a busca por tratamento para manchas na pele
Tudo sobre melasma

Melasma tem cura? O que ninguém te conta sobre o tratamento

Muita gente se pergunta se melasma tem cura. A resposta é não, mas tem controle. Com os cuidados certos, é possível clarear bastante as manchas e manter os resultados por mais tempo.

A grande dificuldade é que ele não se comporta como uma mancha comum que vai e vem. O melasma é insistente, reativo e os cuidados devem ser contínuos. Se descuidar, ele volta.

 

O que é melasma, afinal?

Nosso corpo tem uma célula bonitinha, que até faz lembrar um polvo. Pelo menos eu acho parecida, com aquelas extremidades estilo tentáculos. Essa célula se chama melanócito e faz parte do sistema imunológico, ou seja, é uma célula de defesa do nosso organismo. Ela é responsável pela produção da melanina, o pigmento que dá cor à pele.

Quando o melanócito se sente ameaçado, seja por sol, calor ou desequilíbrios hormonais, ele reage exagerando na produção de melanina. Esse excesso pode gerar manchas acastanhadas no rosto, especialmente nas áreas como testa, bochechas e buço. Mas também pode aparecer no colo, braços e outras áreas mais expostas ao sol.

É mais comum em mulheres, especialmente a partir dos 30 anos, mas homens também podem desenvolver, embora com menor frequência. Os fatores hormonais influenciam bastante, e por isso o melasma costuma surgir ou piorar durante a gravidez, na menopausa ou com o uso de anticoncepcionais.

 

Melasma não tem cura, mas é possível clarear?

É possível clarear, sim. Mas não é milagre, nem é imediato. Além de proteção solar adequada e constante, o tratamento do melasma envolve uso de clareadores, despigmentantes e procedimentos estéticos de acordo com a avaliação do profissional.

A automedicação ou o uso de cosméticos sem avaliação pode piorar as manchas ou até causar acromias, aquelas manchas brancas provocadas pela morte dos melanócitos em determinadas regiões. Em muitos casos, essas áreas não recuperam mais a cor. No final deste artigo, vou deixar um link pra você entender melhor esse tipo de mancha.

Além dos tratamentos tópicos, também existem suplementos de uso oral que podem ser indicados por médicos como parte do protocolo. Alguns atuam como antioxidantes e ajudam a reduzir a inflamação que ativa o melanócito. Mas o uso oral deve ser sempre prescrito e acompanhado por profissional habilitado.

 

O que atrapalha?

  • Usar cosméticos muito agressivos ou combinar vários clareadores ao mesmo tempo, sem orientação
  • Não fazer uso proteção solar em dias nublados ou dentro de casa
  • Ficar muito tempo em frente ao celular ou computador sem proteção contra a luz azul, que também ativa o melanócito
  • Achar que a melhora temporária significa que está tudo resolvido
  • Repetir procedimentos agressivos com pouca pausa entre eles
  • Acreditar que o tratamento só funciona se a pele “descamar”, como se a eficácia estivesse ligada à ardência ou à sensibilidade visível

Outro ponto importante: mesmo que você proteja o rosto, expor outras partes do corpo ao sol, como pernas e braços, também pode ativar o melasma. Ou seja, se for à praia por exemplo e quiser bronzear as pernas sem proteção solar, vai estimular o melasma facial, mesmo protegendo o rosto. A estimulação do melanócito acontece de forma sistêmica. O corpo inteiro responde, não só a área exposta.

O calor também é um fator prejudicial. Cozinha quente, secador de cabelo próximo ao rosto, vapor facial, banho fervendo… tudo isso eleva a temperatura da pele e pode ativar a produção de pigmento, mesmo sem sol direto.

 

O que ajuda?

  • Protetor com cor, FPS acima de 30 e com proteção ampla contra UVA, UVB e luz visível (incluindo a luz azul das telas), com reaplicação a cada duas horas. Especialmente se estiver exposta ao sol, suando, entrando no mar ou passando a mão no rosto com frequência.
  • Para quem usa maquiagem, a reaplicação pode ser feita com protetor solar em pó, spray ou aerosol, de forma prática ao longo do dia.
  • Clareadores com ativos como ácido tranexâmico, niacinamida, alfa-arbutina e vitamina C, sempre com indicação personalizada e de acordo com a resposta da sua pele.
  • Evitar fontes de calor direto no rosto, como vapor, ambientes abafados e secador quente próximo da pele, pois o calor também estimula o melanócito.
  • Buscar acompanhamento com um profissional capacitado, com formação reconhecida, que adapte o tratamento às necessidades da pele, da rotina de vida e até do ambiente de trabalho. Nem todo procedimento é indicado para quem, por exemplo, trabalha exposto ao sol diariamente.

 

Clareador é a mesma coisa que despigmentante?

Os clareadores uniformizam o tom da pele, clareando as manchas na maioria das vezes estimulando a renovação celular. Já os despigmentantes agem de forma mais profunda, inibindo a produção de melanina. Eles atuam diretamente nas enzimas envolvidas no processo de pigmentação.

Nem todo clareador é despigmentante. E é por isso que vale a pena buscar uma avaliação profissional. Isso evita frustração e uso errado de bons produtos.

 

Qual protetor solar escolher?

Protetores físicos costumam ser mais densos e esbranquiçados. Já os químicos são mais leves e transparentes, mas podem irritar peles mais sensíveis. Os protetores com cor combinam os dois tipos e ainda contam com pigmentos que protegem da luz visível, como a luz azul das telas. O ideal é que ofereçam proteção contra UVA, UVB e luz visível, tudo isso junto é o que realmente faz diferença.

Mais importante do que escolher “o mais caro” ou “o que a blogueira usa” é encontrar um protetor que você consiga aplicar na quantidade certa e reaplicar ao longo do dia. Esse é o verdadeiro diferencial.

 

Melasma não tem cura, mas vale a pena tratar?

Vale. Porque apesar do melasma não ter cura, ele incomoda e não some sozinho. O que realmente ajuda é identificar os gatilhos, evitar tudo que irrita o melanócito e manter a pele protegida e bem cuidada. Deixar o melanócito trabalhar quietinho, só com a função normal dele, é o melhor caminho para prevenção e controle do melasma.

Como prometido, aqui estão os links para você se aprofundar:

 

Angela Heringer, esteticista, pós-graduada em tricologia, práticas integrativas e em aromaterapia.

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