Fitoterapia capilar: plantas que tratam a queda de cabelo
Você já teve a sensação de que algumas profissões nos escolhem?
Quando olho pra minha história, percebo que o cuidado com os cabelos, usando o que a natureza oferece, sempre esteve presente. Muito antes de eu mergulhar no mundo da estética, já fazia minhas porções mágicas de plantas para tratar a queda de cabelo, e fazia isso intuitivamente.
Mesmo sem entender muito, apenas em ouvir os antigos falarem dos benefícios de algumas plantas, eu preparava chás com raspa de juá, guanxuma (que eu conhecia como vassourinha) e jaborandi. Eu aplicava no couro cabeludo com frequência, e naquela época, meu cabelo crescia muito, era forte e volumoso.
Tudo isso foi antes da alopecia androgenética se manifestar. E mesmo depois do diagnóstico, eu continuei usando essas plantas para tratar a queda de cabelo. Os resultados vinham… até que a vida dava aquele nó básico e eu relaxava com os tratamentos. Afinal, a vida não é só cuidar dos cabelos. Aí, a gente volta à estaca zero e depois precisa correr pra salvar o que restou da antiga cabeleira. 😂 (rindo de nervoso mesmo, kkk).
Hoje, pós-graduada em tricologia, práticas integrativas e aromaterapia, entendo que aquilo que eu fazia por instinto já era fitoterapia. É justamente esse cuidado intuitivo com as plantas que quero aprofundar com você neste artigo.
O que é fitoterapia e como as plantas ajudam a tratar a queda capilar
A fitoterapia utiliza o potencial medicinal das plantas para promover saúde e bem-estar, inclusive no couro cabeludo. Na prática capilar, isso significa usar extratos naturais de folhas, cascas, raízes ou frutos em cosméticos que atuam diretamente na pele e nos fios.
Esses ativos naturais podem trazer diferentes benefícios para a saúde do couro cabeludo, como:
- Estimulam o crescimento capilar
- Fortalecem o cabelo desde a raiz
- Ajudam no controle da oleosidade
- Contribuem para regular processos inflamatórios
- Algumas plantas também têm a capacidade de interferir na ação da enzima 5-alfa redutase, que está relacionada ao avanço da alopecia androgenética.
Uso das plantas nos cosméticos
Hoje, com os avanços da cosmetologia, é possível encontrar shampoos, tônicos capilares e até máscaras com ativos fitoterápicos na composição. Eles são utilizados em concentrações seguras, testadas e ajustadas ao pH da pele.
Até mesmo a babosa (Aloe vera), tão conhecida e usada, exige cuidados no preparo para garantir segurança durante o uso. O gel interno é o que pode ser utilizado. No entanto, é necessário cortar a folha e deixá-la na posição vertical por algumas horas. Assim, a aloína, substância tóxica presente na seiva amarela, escorre por completo.
Cuidado ao usar plantas com fins terapêuticos
Alguns profissionais que atuam com fitoterapia capilar utilizam infusões ou extratos personalizados em seus atendimentos. Eles fazem isso com base em estudo aprofundado, prática segura e conhecimento técnico.
Por outro lado, com o aumento do acesso à informação, muita gente começou a divulgar conteúdos sobre ervas na internet, vender cursos ou sugerir tratamentos sem formação adequada. Isso pode ser perigoso, porque o uso terapêutico das plantas exige atenção a vários fatores, como a identificação correta da planta (já que muitas são parecidas), a forma de preparo, o tempo de aplicação e até possíveis contraindicações. Ou seja, mesmo que a planta pareça inofensiva, o uso sem orientação pode trazer riscos.
Por isso, antes de aplicar qualquer planta diretamente no couro cabeludo, o ideal é contar com a orientação de um profissional que realmente entenda do assunto.
Plantas mais usadas para tratar a queda de cabelo
Abaixo, selecionei algumas plantas com propriedades reconhecidas na saúde capilar. Todas são encontradas em cosméticos como shampoos, tônicos ou máscaras. Esses produtos fortalecem, estimulam o crescimento ou ajudam na redução da queda capilar.
- Raspa de Juá (Ziziphus joazeiro): tem ação adstringente e possui propriedades que ajudam a acalmar o couro cabeludo.
- Alecrim (Rosmarinus officinalis): além de ser antioxidante e antimicrobiano, atua como inibidor da enzima 5-alfa redutase, sendo útil para quem convive com a alopecia androgenética.
- Panax ginseng (raiz): melhora a circulação na região do couro cabeludo. Com isso, favorece o crescimento e ajuda a fortalecer os fios.
- Serenoa repens (Saw palmetto): é possível encontrar esse ativo em alguns suplementos, shampoos e tônicos voltados ao controle da DHT. Atua na regulação da 5-alfa redutase, embora o uso oral deva ser sempre feito com prescrição médica.
- Camellia sinensis (Chá verde): é um antioxidante poderoso. Protege o folículo dos danos causados por radicais livres e pode auxiliar na queda relacionada ao estresse oxidativo.
- Punica granatum (Romã): tem ação adstringente e ajuda no equilíbrio de couros cabeludos mais oleosos.
- Jaborandi (Pilocarpus sp.): estimula o bulbo capilar e sua ação já é reconhecida há décadas em tônicos e loções capilares.
- Guanxuma (Sida rhombifolia L.): conhecida por mim, desde a juventude, como “vassourinha”, é uma planta que eu usava intuitivamente nos meus chás capilares. Hoje sei que ela tem ação tônica, antioxidante e estimulante. Ela ajuda a fortalecer os cabelos, reduzir a queda e favorecer o crescimento.
- Extrato de bambu (Bambusa vulgaris): é uma fonte rica em sílica. Esse elemento ajuda a encorpar os fios, fortalecer a fibra capilar e ainda melhora a oxigenação do couro cabeludo.
Cuidados importantes antes de usar plantas no couro cabeludo
Mesmo as plantas mais comuns podem apresentar contraindicações ou interações com medicamentos. Por isso, o uso in natura como chás, banhos ou infusões, não deve ser feito sem orientação profissional.
A forma mais segura de aproveitar os benefícios da fitoterapia capilar é por meio de produtos cosméticos com formulações confiáveis, desenvolvidas para garantir eficácia e segurança.
Compartilha esse artigo com aquela amiga que está sofrendo com a queda de cabelo e não deixe de conferir meu artigo sobre como fazer detox capilar em casa.
Angela Heringer. Esteticista, com especializações em tricologia, aromaterapia e práticas integrativas.